sexta-feira, 23 de março de 2012

minha riqueza

Alguns livros,
e casacos pendurados.
Uma cama encostada na parede,
uma torneira de água fria,
um espelho achado no lixo da rua.
três lâmpadas
(e nenhuma delas está no teto).

Uma mala de viagem vazia esperando uma volta
Eu piso num chão vermelho envelhecido,
marcas que carimbam passagens de várias vidas.
Desde 1900 esse prédio abriga famílias nos andares confortáveis.
bem como empregadas, estudantes e estrangeiros no sótão quente e frio.
Tenho um rádio sem antena,
que nunca tocou pra mim.

Na parede de cortiça tenho fotos afixadas para chorar a ausência daqueles que me amam.
São sorrisos que fazem minha felicidade maior.

04/12/08

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